Se após a leitura do site da Clínica das Laranjeiras e/ou contacto com o secretariado subsistirem dúvidas sobre o especialista adequado, solicite ao secretariado o endereço de mail da Direção da Clínica das Laranjeiras, através do qual poderá explicar melhor o seu pedido de ajuda para que a Direção Clínica lhe responda por email, com privacidade, sugerindo o especialista mais adequado para a 1ª consulta.
No passado por má informação ou por estigma consultava-se neurologista por “doença de nervos”. O psiquiatra é o especialista mais competente para intervir em distúrbios de causa multifatorial como a depressão, perturbação de ansiedade e outros distúrbios emocionais. O neurologista é mais competente em doenças de causalidade orgânica como a epilepsia ou doenças vasculares cerebrais. Muitas vezes faz sentido uma intervenção conjunta de ambos os especialistas, como nas demências em que o neurologista é mais eficaz no diagnóstico diferencial de demências atípicas enquanto o psiquiatra é mais eficaz na intervenção aos cuidadores ou no tratamento das alterações comportamentais secundárias às demências.
O psiquiatra é um médico, com especialidade, que poderá avaliar, diagnosticar, pedir exames complementares de diagnóstico e propor intervenção com psicofármacos e/ou psicoterapia. O psicólogo poderá avaliar e intervir com apoio psicológico ou psicoterapia estruturada. A psicoterapia deve ser feita por psiquiatra ou psicólogo, desde que tenha realizado formação teórica e treino com supervisão acreditado por Sociedade ou Associação de reconhecimento internacional de modelo de psicoterapia. Frequentemente há vantagem em ser acompanhado por psiquiatra e psicólogo, em trabalho de equipa.
Não, apenas as benzodiazepinas criam adição. Estas podem ser utilizadas em situações muito específicas e por períodos curtos de tempo. Os restantes psicofármacos resolvem os sintomas emocionais e comportamentais indutores de sofrimento e devolvem à pessoa a sua funcionalidade habitual.
Não. A psicoterapia desenvolverá competências na autonomia, na autorregulação emocional e na autoestima. A relação de confiança com o terapeuta será saudável e transitória.
Os diferentes modelos de psicoterapia, apesar de terem eficácia equivalente, podem ter indicações específicas de acordo com o contexto ou o tipo de sintomas clínicos apresentados Em situações com mais sintomas clínicos pode ser útil uma primeira consulta com psiquiatra, também com treino em psicoterapia, que avalia a necessidade prescrição de fármacos e escolhe o modelo de psicoterapia mais eficaz para a situação clínica, sugerindo referenciação para o terapeuta certo. Esta escolha é condicionada pela história pessoal do paciente, as experimentações anteriores de outros psicoterapeutas, o género e as personalidades do par terapeuta/paciente.
Não, na maioria das situações clínicas com indicação parra medicação, o paciente faz tratamento com duração inferior a 6 meses. Muitas situações não exigem medicação e em algumas é apenas por alguns dias ou semanas. O critério é a dose mínima eficaz, sem efeitos adversos/secundários. A maioria dos pacientes de consulta têm alta com critério de “cura” /remissão clínica. Mesmo nos casos de recorrência/recidiva consegue-se geralmente funcionalidade e recuperação de qualidade de vida.
Não, em consultas de psiquiatria apenas uma pequeníssima minoria tem ausência de sentido crítico perante a doença. Aliás, é esta consciência de mau estar psicológico e de disfunção que gera sofrimento mental e motivação em pedir ajuda técnica por parte do próprio. Cada vez procura-se um especialista em fases iniciais de distúrbio emocional, o que melhora o prognóstico e o sucesso na intervenção
Apenas uma minoria de pacientes necessita de internamento psiquiátrico. O foco é a qualidade de intervenção multidisciplinar em ambulatório. Caso seja necessário o psiquiatra sugere estruturas de internamento privado ou do Sistema Nacional de Saúde, assegurando a articulação com colegas do internamento.
Varia com o modelo de terapia ser curto ou longo e com a gravidade da disfunção psicológica. Na maioria das situações entre 6 a 12 meses. A frequência inicial é variável, mas habitualmente é semanal, embora haja situações de bissemanal ou quinzenal. O calendário da terapia é proposto claramente na primeira sessão. As sessões têm uma duração de 45 a 60 minutos.
Como achar mais confortável ou produtivo. Frequentemente há informação de familiares ou amigos que facilitam a avaliação da situação clínica. É sempre assegurado período de consulta a sós com o paciente e a ausência de contactos entre o familiar e o psiquiatra sem conhecimento do paciente. É fundamental assegurar a confiança e o sigilo estabelecido com cada paciente. Há situações específicas em que a intervenção é sobre a família como na Terapia Familiar, Terapia de Casal ou Psicoeducação para familiares (por exemplo no burden /sobrecarga de cuidadores de familiares com demências).
De forma sigilosa e individual. Frequentemente o mesmo paciente é acompanhado por mais do que um médico de diferente especialidade ou por psicólogo. O psiquiatra deve disponibilizar-se para discussão regular entre consultas ou em situação de agravamento clínico, com psicoterapeutas. As decisões de redução de medicação, de redução de frequência de sessões de terapia ou de reformulação do projeto terapêutico, devem ser tomadas em reflexão multidisciplinar. Cada articulação depende da autorização do paciente.
Não. As consultas low-cost estão associadas geralmente a profissionais menos experientes com agendas de marcação vazias, a consultas com durações mais curtas ou a menor motivação no ato técnico. Não há tratamento eficaz em saúde mental sem disponibilidade de tempo de qualidade.
Não, por razões idênticas à resposta anterior. No entanto, frequentemente o paciente pode remeter a fatura da consulta à sua seguradora ou subsistema de saúde e solicitar comparticipação. Quando solicitado, o médico pode emitir declaração de prescrição de consulta de psicologia para validar critério de tratamento.
Sim em casos específicos, como de emigração, de doença física incapacitante de mobilidade ou em situações extraordinárias, como em contexto de pandemias com distanciamento social. Em algumas primeiras consultas online, o especialista pode sugerir que não devem-se manter em acompanhamento online, por contraindicação clínica. A decisão em iniciar consultas on-line após um acompanhamento em consultas presenciais é feita caso a caso. Tem que ser assegurada uma relação terapêutica consolidada em consultas presenciais antes de passar para um registo on-line. Em alguns casos opta-se por referenciar para outro colega mais próximo.
Sim, aconteceu em raríssimas vezes, quando o paciente não assume os seus deveres na reciprocidade saudável da relação terapêutica, não cumprindo horários de marcações, pagamento de consultas, ou quando apresenta alterações de comportamento que interferem com o normal funcionamento da clínica e com a estabilidade emocional dos restantes pacientes. Nestes casos é sempre assegurada a referenciação para outros serviços de saúde, com condições clínicas mais adequadas.