O período perinatal decorre desde a pré-concepção, engloba naturalmente a gravidez e prolonga-se até ao final do primeiro ano após o parto.
É indubitavelmente uma fase única do ciclo de vida do ser humano. Trata-se de uma vivência ímpar e em contínua mudança, tanto física, quanto psíquica e social.
Os desafios que se vão apresentando são múltiplos e como tal o acompanhamento durante esta etapa por uma equipa multidisciplinar que inclua profissionais de saúde
mental é essencial e a sua procura tem aumentado.
A saúde mental durante o período perinatal, não só na vertente de intervenção na doença, como também na promoção da saúde e da qualidade da relação com o bebé,
tem-se provado vital.
Tanto as mulheres como os homens estão em risco para o aparecimento de doenças mentais nesta fase, sendo que para a mulher trata-se mesmo do período de maior
vulnerabilidade ao longo de toda a sua vida. Cerca de 80% das mulheres podem experienciar uma alteração do humor e cerca de 20% desenvolve uma perturbação,
maioritariamente depressão e ansiedade.
Deve ainda ser notado que a doença mental é a complicação obstétrica não tratada mais frequente.
Reconhecer sinais e pedir ajuda, poderá fazer toda a diferença.
Estratégias diferenciadas têm o potencial de ajudar a mãe, a relação familiar e ainda o desenvolvimento global do próprio bebé, a curto, médio e longo prazo, em termos
emocionais, cognitivos e sociais.
A avaliação, o apoio psicológico e, quando necessário, a psicofarmacologia, uma vez que atualmente dispomos de medicamentos seguros para a gravidez e amamentação,
são ferramentas disponíveis e de utilidade inquestionável.
Cuidar da mãe é cuidar do bebé.
No período perinatal deve ser dada prioridade à intervenção precoce, com cuidados específicos com o potencial de evitar o aparecimento e desenvolvimento de problemas
de saúde mental, assim como ao acompanhamento e tratamento individualizado de perturbações já existentes.
Dra Ana Barcelos (psiquiatra)
A gravidez é um período da vida extraordinário, um momento simbólico e significativo na vida de uma mulher e uma experiência repleta de emoções, expectativas e
mudanças significativas.
É um tempo que apresenta desafios únicos, tanto individuais quanto relacionais, que podem afetar significativamente a dinâmica do casal. Para muitos casais, esse período
de transição pode trazer consigo uma mistura de emoções fortes e desafios únicos.
Esta fase única da vida de uma mulher traz consigo uma variedade de mudanças físicas, hormonais e psicológicas que podem ser impactantes e, por vezes, avassaladoras.
A mulher grávida pode experimentar uma ampla gama de emoções, que vão desde uma alegria e excitação mais ou menos intensas, até a momentos de grande ansiedade, medo e mesmo tristeza, angústia ou depressão.
Lidar com essas emoções pode tornar-se difícil, especialmente se a grávida estiver a passar por outro tipo de problemáticas, pessoais e/ou profissionais, ou ter outras
preocupações nomeadamente com a saúde do bebé e com o futuro.
Sendo um período simbólico, de transição, em que a mulher passa de filha a mãe, a gravidez pode, ainda, desencadear outras questões emocionais não resolvidas, do
passado, traumas, perdas ou dificuldades familiares. O acompanhamento psicológico pode ajudar a grávida a processar essas questões e a criar um ambiente
emocionalmente saudável para si própria e para o bebé em desenvolvimento.
Resolvendo esses conflitos internos, a grávida pode evitar que afetem negativamente a sua saúde mental durante a gravidez e no pós-parto.
Outro aspeto fundamental é o impacto do estado emocional da grávida no desenvolvimento do feto. Estudos têm demonstrado que o stresse crónico durante a
gravidez pode ter efeitos negativos na saúde do bebé aumentando o risco de parto prematuro, baixo peso à nascença e problemas de desenvolvimento emocional e
cognitivo.
O acompanhamento psicológico contribui para reduzir os níveis de stresse e ansiedade, proporcionando, à grávida, ferramentas para promover um ambiente saudável e seguro para o bebé em crescimento.
Para além disto, o acompanhamento psicológico durante a gravidez pode, também, fortalecer o vínculo entre a mãe e o bebé. Ao aprender a conectar-se com seu bebé durante a gestação, a mulher vai estabelecendo as bases para um relacionamento saudável e seguro após o nascimento. O acompanhamento psicológico pode ajudar a grávida a desenvolver habilidades de comunicação e empatia para com o seu bebé desde os estádios iniciais, favorecendo um sentimento de segurança e confiança mútuos.
O suporte psicológico ao casal representa, igualmente, uma ferramenta valiosa para promover o bem-estar emocional durante a gravidez e fortalecer o relacionamento conjugal, enquanto o casal se prepara para a chegada do seu bebé.
Investir no acompanhamento psicológico durante a gravidez, para além de promover uma vivência de Bem-Estar físico e emocional na gravidez, beneficia o casal e os
contextos de modo a proporcionar um bom acolhimento e integração do bebé no ambiente familiar.
A Clínica das Laranjeiras oferece um espaço seguro e confidencial para que a mulher e o casal explorem e compreendam as suas emoções, preocupações e expectativas em
relação à gravidez, ao parto e à parentalidade.
Dra Margarida Paiva (psicóloga)
A Clínica das Laranjeiras tem uma equipa especializada em Saúde Mental Perinatal (Gravidez e Puerpério) com psiquiatra de adultos (Dra Ana Barcelos), pedopsiquiatra
(Dra Ana Serrano) e duas psicólogas com diferentes modelos de intervenção psicoterapêutica (Dra Margarida Paiva e Dra Renata Chaleira). Esta equipa pode
trabalhar em articulação sinérgica e multidisciplinar se o contexto clínico exigir.
Especialistas

Margarida Paiva (Dra.)
Psicologia Clínica, Psicologia do Trabalho e Organizações, Coaching Psicológico e Psicoterapia
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